O Governo português falhou a vistoria a mais de duas mil residências para idosos, no âmbito do controlo das medidas de higiene e segurança para prevenir a Covid-19, de acordo com o ‘Jornal de Notícias’.
Segundo a mesma publicação apenas 500 lares portugueses (de um total superior a 2500) receberam a visita do Estado, mais concretamente da ministra da saúde, Marta Temido, o que corresponde a cerca de um quinto do total de estruturas residenciais para a população mais velha. Contudo a responsável já deixou a promessa de reforçar as visitas.
Este tipo de visitas consta na lei desde o final de Junho e acontece para supervisionar se todas as instalações têm condições para garantir uma segurança aos residentes e profissionais que lá trabalham, numa altura em que os lares são dos principais focos de contágio em Portugal.
«O objectivo é antecipar problemas e identificar não conformidades», explicou Marta Temido numa das conferências de imprensa sobre a Covid-19, referindo-se em concreto ao lar de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas e que está a ser investigado por alegada falta de condições.
A responsável disse ainda que as visitas começaram pelo Alentejo, seguindo-se Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e Norte, prometendo que até ao final de Agosto, sejam realizadas «visitas a mais mil», de um total superior a 2500 residências para idosos.
Também a propósito das polémicas em Reguengos, a ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Mendes Godinho, garantiu que todos os relatórios referentes aos surtos nos lares são lidos e analisados pelo ministério e deu ainda nota de que estes são produzidos por diversas entidades e que, sendo em alguns casos até contraditórios, cabe ao Ministério Público apurar cada cenário específico.
A ministra sublinhou que «desde o início que os lares têm sido uma prioridade total do Governo e de todos nós. Todos sabemos dos desafios que esta pandemia coloca sobre todos nós, mas temos trabalhado sempre para apoiar as instituições a responder a este enorme desafio. Tem sido esse o nosso compromisso, tentando que a todo o momento sejam implementadas medidas de apoio, reforço e prevenção».
Também o primeiro-ministro, António Costa, saiu em defesa da ministra dizendo que tem «total confiança no seu trabalho» e recordou que a preocupação com os lares «está presente desde o primeiro minuto. Os espaços onde se concentra a população idosa são locais de maior risco», sublinhou, acrescentando que tem havido um reforço financeiro substancial (de 5,5%) nas transferências para os lares e uma linha especial de apoio, bem como a contratação de 15 mil profissionais.
fonte:sapo